Tenho visto muita gente boa embarcando na vibe da metacampanha antiEaD, talvez sem se dar conta do que realmente está fazendo.
Durante uma década discutindo e lutando pelas cotas universitárias, em especial as sócio-raciais, era recorrente topar com argumentações que recorriam ao “under class” como motivo de “injustiça” ou “falácia” das cotas para negros. Para quem não sabe, “under class” é um conceito/termo utilizado na discussão sociológica e étnico-racial para se referir aos “mais excluídos dos excluídos”, ou seja, aqueles “desprovidos de tudo” e que mesmo as políticas públicas tem dificuldades de alcançar, e que possuem baixíssimo coeficiente de mobilidade social.
O argumento, fazia um “apelo emotivo” ao lembrar que “nem todos ou muitos” não seriam alcançados pelo “benefício” das cotas. Que apenas uma “minoria negra privilegiada” seria alcançada, portanto, “inútil e injusto” seria fazer reserva de vagas com base em cor, deveria ser apenas pela condição social. O argumento que na verdade era METARRACISTA (racismo disfarçado e cínico) não tinha real preocupação com o “under class”, mas sim o de barrar a ação afirmativa para os que dela pudessem lançar mão, mudando assim o “status quo”. A real falácia estava em desconsiderar a variável racial na composição e nível de pobreza e que com ou sem cotas, o “under class” seguiria “inatingível”, não sendo motivo portanto para não fazer a afirmação dos que poderiam receber a ação afirmativa. Em outras palavras, a argumentação visava garantir uma exclusão negra plena, e não apenas a “sem solução”.
É o mesmo que ocorre com quem recorre ao argumento da “dificuldade do ‘under class’ ” para tentar desqualificar o EaD, mesmo em tempos de inevitabilidade. O objetivo da campanha metapreconceituosa não é outro que não seja atacar a EaD. Não se vê a “gente de bem” que “se preocupa com os despossuídos”, reconhecer a imensa quantidade de beneficiados pela modalidade em uso emergencial, não se vê nenhum admitindo que a opção pela TV já ameniza em muito a alegada “dificuldade de dispositivos e internet” na população pobre, não se vê nenhum propor políticas públicas que universalizem o acesso em tempos normais ou mesmo na emergência pandêmica. O que se vê desses é só ataque à modalidade, reação, “mil motivos” para “odiar”, “desconfiar”, “cancelar”, nunca uma observação positiva… .
Essa campanha e argumentação não é nova, e a gente sabe de onde vem e a quais interesses servem. O triste é ver gente “comprando a ideia por pilhamento”, ou por uma necessidade narcísica de serem visto(a)s como “almas caridosas e preocupadas com os mais pobres”, ou por seus próprios preconceitos e dificuldades para a inovação e lidar com a tecnologia e aspectos metodológicos da modalidade.
Veja matéria que escrevi há quase 9 anos, clique na imagem:
Apesar de oitocentista (séc. XIX) o poema continua super atual (será que alguém não vai perceber do que ele está falando ? ).
O poeta emparedado
“Não! Não! Não! Não transporás os pórticos milenários da vasta edificação do mundo, porque atrás de ti e adiante de ti não sei quantas gerações foram acumulando, pedra sobre pedra, pedra sobre pedra, que para aí estás agora o verdadeiro emparedado de uma raça. Se caminhares para a direita baterás e esbarrarás, ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente no espanto! Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo ~ horrível – parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto…
E, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras… Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações e Sociedades… Mais pedras, mais pedras! E as estranhas paredes hão de subir longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir, mudas, silenciosas, até as Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho…”
Participação em mais uma entrevista sobre um tema para o qual sempre me referenciam… Preconceito & Racismo .
Essa foi curtinha, na verdade uma “levantada de bola” para a matéria principal tratada por um consultor jurídico ( vídeo aqui ); voltando ao comentário sobre a nossa entrevista específica…, como em toda entrevista desse tipo (tempo bem reduzido) se faz edição e cortes para a fala “caber” no tempo, o que implica em um resultado inteligível, mas sem boa parte das informações que julgamos pertinentes para a questão, as vezes uma informação complementar que passamos em off (com câmeras e microfones desligados) é mal-entendida ou é passada de uma forma que acaba não refletindo, ou refletindo com imprecisão o que se disse, e “na pressa” também deixamos as vezes de explicar melhor certos conceitos e ai acabamos também deixando espaço para a imprecisão interpretativa ou mesmo a “deturpação” do que foi dito.
Um exemplo nessa entrevista é que em off eu disse que de acordo com o Censo 2010, a população do Amazonas tem 4,3% de autodeclarados PRETOS, número próximo ao de indígenas (4,8%) o que representa em números absolutos cerca de 120 mil pessoas (e demonstra a impropriedade em dizer que o estado “é indígena” ao mesmo tempo em que se nega ou ignora a presença e relevância da população de origem afro) , na reportagem a locução em “background” fala em 120 mil NEGROS… , (confusão comum para quem não tem bom domínio da temática), ocorre que PRETO não é sinônimo de NEGRO…, o IBGE trabalha com as categorias BRANCO, PRETO, PARDO, AMARELO e INDÍGENA, sendo que POPULAÇÃO NEGRA é a soma dos autodeclarados PRETOS e PARDOS… ou seja, a proporção populacional de NEGROS é muito maior do que ao se vislumbrar apenas os PRETOS (os de aparência “padrão africana” não miscigenada) e isso gera uma incoerência estatística e colabora com o processo de invisibilização negra, e mesmo sendo a maioria dos pardos do estado (68% da população) de origem indígena, não quer dizer que boa parte desse percentual não se trate de pardos de origem afro (por extrapolação, etc… estima-se que 20% da população amazonense seja parda de origem afro), somados pretos e pardos de origem afro, teríamos coisa de 25% de população negra no Amazonas (estatisticamente empatada com a população autodeclarada branca…) .
Outro ponto é a “manchete”, na realidade o que foi passado pelo Jefferson (que aparece na primeira parte da entrevista falando sobre LGBT) é que o estado ocupa primeiro lugar no ranking de crimes motivados por homofobia no norte do pais…, do jeito que ficou, da a ideia errada de que é o PRECONCEITO contra LGBTs e Negros (tudo junto e misturado) que ocupa a “primeira posição” em um ranking nacional, o que de certo não reflete a realidade… .
Mas isso são detalhes e “faz parte”, no geral ficou bom e cumpre o objetivo .
Depois de algum tempo sem notícias envolvendo preconceito e discriminação contra haitianos, eis que surge uma onda de boatos com clara intenção de causar uma reação popular generalizada contra a presença dos mesmos.
O Hoax (boato na rede) parece ter se originado no Acre, iniciou pelo facebook mas se concentrou e espalhou principalmente pelo Whatsapp e rapidamente, e associa haitianos com um suposto surto do vírus ebola…, a partir de uma mensagem que fala em 7 ônibus com haitianos doentes vindos de Brasília e mantidos em um parque de exposições (em Manaus não seria pois como viriam de ônibus de Brasília ????, mas ninguém para para pensar) diferentes a que vão se agregando outras com adaptações para Manaus.
Os deflagradores contam com a ignorância das pessoas e apostam em uma mistura explosiva de preconceito com histeria em função de uma suposta muito próxima epidemia com o vírus mais temido da atualidade, sendo que o Ebola está restrito e contido em partes de países do centro-leste-oeste africano como Uganda, Congo e mais recentemente na Libéria e Guiné (onde já foram constatadas mais de 400 infecções e 150 mortes), ou seja, que não tem absolutamente nada a ver com o Haiti, a única semelhança está na cor das pessoas… (e com certeza absoluta ai reside novamente a motivação maior para o ataque).
Vinícius Romão de Souza, que atuou na novela “Lado a lado” da Globo, tem 27 anos, está aguardando a colação de grau em Psicologia e trabalha em um Shopping no Rio de Janeiro, e é filho de um Tenente-Coronel reformado do Exército…, ou seja, tem um “ÓBVIO” perfil de assaltante CERTO ?, foi preso enquanto caminhava tranquilamente pela rua, minutos após ter deixado o trabalho, acusado de roubar a bolsa de uma mulher que também saia do trabalho em um hospital…, a descrição do assaltante “batia” parcialmente com a dada pela vítima, um homem negro, magro, alto, de cabelo black power e bermuda preta… (sendo que ele vestia calça jeans e camiseta pretas ), abordado por policiais teria sido “reconhecido” pela vítima (psicologicamente abalada pelo ato e aos prantos) e preso sem os pertences da vítima, na delegacia teria sido novamente “reconhecido” pela vítima (com o incentivo de policiais), “flagranteado” e a partir dai rapidamente encaminhado para Casa de Detenção, sem uma verificação da possibilidade de engano e sem que o preso pudesse contatar advogado e familiares… .
Uns irão dizer, “não tem racismo nisso não…, o criminoso era DE FATO negro, a descrição “batia” e houve ‘reconhecimento’ pela vítima… “, porém eu discordo caro leitor, quando falo em racismo, não me refiro ao crime de racismo, mas à mentalidade racista que faz com que se naturalize a criminalização do negro mesmo sem fundamentação sólida, que “confunde” as caras negras (pessoas de fora do grupo tendem a ver “poucas diferenças ” entre os negros e se confundem facilmente), a mesma mentalidade que não dá ao negro a mesma “elasticidade” no benefício da dúvida, que não protela nem tem cuidados mínimos quando se trata de colocar o negro em situação negativa… .
Imagine agora a mesma situação ocorrendo com uma pessoa com as características citadas no primeiro parágrafo, só que branco… , um ator que fez um papel (pequeno que seja) em uma novela na principal emissora do país, vista por milhões de pessoas e com ampla referência na web…(o que poderia ser facilmente checado até em um celular), se dizendo filho de militar de alta patente (o que normalmente gera em tais casos ao menos um “cuidado extra” da autoridade policial, não apenas no tratamento mas na agilidade do contato com familiares e advogados), alegando que havia acabado de sair do trabalho no shopping (o que não seria nada difícil de confirmar com alguns telefonemas), e imagino que portando algum documento comprovando ser um universitário finalista… (padrão imagino nada comum em ladrões de bolsa), preso sem as “evidências” do crime e com uma roupa diferente da descrita… por meio de um “reconhecimento” no mínimo questionável.
Penso que fosse branco Vinícius Romão, isso tudo geraria ao menos uma “melhor vontade” por parte da polícia em cogitar a possibilidade de engano, de ter permitido o pronto contato de familiares e advogados, de ter apresentado as informações à vítima para que ela prestasse mais atenção aos detalhes do acusado e visualizasse talvez algo obviamente discordante… (o que não geraria o “reconhecimento inarredável” ) e com certeza uma menor “celeridade” em flagrantear e encaminhar para a casa de detenção, sem maiores materialidades do acerto de pessoa.
Me atreveria até a dizer que não fosse liberado de prisão, apesar do acusado ainda não ter colado grau, mas pela condição de “quase”, talvez recebesse das autoridades uma “concessão especial” de prisão especial em função do benefício da dúvida e da imensa probabilidade de equívoco… .
Porém o que vimos, é o oposto do que muito provavelmente aconteceria não fosse o “detalhe” da cor do acusado, como podemos chamar então essa diferença de tratamento ?.
E lá se foram duas semanas com a pessoa presa sem que ao menos a autoridade policial tenha “tido acesso” as imagens das câmeras que comprovariam o engano, e/ou diante das fortes evidências do engano de pessoa, tivesse a prisão relaxada, agora no final da tarde foi noticiada a libertação de Vinícius Romão, o Juiz do caso Rudi Baldi Loewenkron, da 33ª Vara Criminal. escreveu “Há indícios de autoria e da existência do crime consistentes nos termos de declarações prestadas em sede policial. No entanto, o indiciado não apresenta o perfil corriqueiro de autores de crime dessa espécie. É uma pessoa que trabalha, estuda e tem endereço fixo, além de não possuir antecedentes criminais, conforme registra o resultado da consulta feito nesta data”, (mas continuará respondendo a processo em liberdade) a decisão veio antes do delegado responsável ajuizar habeas corpus favor do ator , motivo ??? a vítima fez novo depoimento dizendo que se confundiu… “Desta vez, a vítima disse que tinha sido empurrada pelo ladrão, que estava nervosa e que o local do roubo estava escuro. Contou que olhou rapidamente para o rosto do ladrão. Afirmou ainda que, o que mais chamou sua atenção, foram a camiseta preta e o cabelo black power do criminoso. Ela foi induzida ao erro”, disse o delegado. ( fica a pergunta… “induzida” por quem ???, por que ??? e qual o motivo da pressa e falta de cuidado em esclarecer melhor a situação antes de lavrar flagrante ??? )
Agora imagine car@ leitor@, o destino de Vinicius Romão não tivesse ele as características sociais que tem e a visibilidade proporcionada pela novela e a repercussão nas redes sociais de sua prisão… .
Em tempo : Globo News faz entrevista com Delegado do caso e com o Desembargador e Professor Paulo Rangel, que explicou brilhantemente as falhas no procedimento de reconhecimento, a desnecessidade de um “flagrante” e prisão tão rápidos dado todos os elementos que poderiam inclusive ter evitado a prisão e levado Vinícius a responder ao inquérito/processo em liberdade e comentou sobre racismo institucional e cultural no sistema polícia/justiça/carcerário. (vide link abaixo).
Todo mundo tem direito de ter suas convicções, venham elas de base cultural, ética ou moral/religiosa ( mesmo que equivocadas ou questionáveis), só não dá para agregar impunemente besteiras ao seu discurso sem esperar que tudo o que diga, não seja bem aceito por todos e pior que não seja contestado (e por vezes fortemente), ser contra o casamento gay por convicções religiosas não é o problema, o problema é o seu entendimento sobre orientação sexual e principalmente sua visão da homossexual como “doença/vício”, já que entende que a mesma é passível de “regeneração/recuperação”… .
A cantora Joelma, até por ser “musa” e ter boa parte de seus fãs na comunidade Gay (além de obviamente ter muitos no seu entorno profissional), bem que poderia ter uma mente mais aberta (ou pelo menos uma boca mais fechada…, aliás, bem que esses fãs deslumbrados e inconscientes, poderiam se ligar e abandonar de vez a sua “JoelmaMania” e encontrar uma “Diva” que ao menos os respeitasse e entendesse…) .
Não satisfeita com a besteira I, ao tentar se explicar, piorou ainda mais…
“Eu não comparei gays às drogas. Disse que a recuperação é tão difícil quanto, mas Deus faz o impossível. Falo em recuperação porque conheço pessoas que saíram dessa. Foi muito difícil, mas Deus pode absolutamente tudo”.
Lascou !!!!, “regenerar” ?, “recuperação” ????, que é isso D. Joelma ????; orientação sexual é doença ???, é uma “dependência”, um “vício” ?, tem “cura” ????; desculpem, ignorância natural a gente até compreende, perdoa…, porém ando ficando cada vez mais insurgente contra esse tipo de “ignorância introjetada” que vem todos sabem de onde, de uma cada vez maior alienação provocada por arautos da intolerância e da discriminação…, ainda bem que não existe inferno (e os fariseus-chefes sabem bem disso, pois não tem qualquer escrúpulo em insistir em todas suas práticas nefastas), pois se tivesse era um lugar perfeito para mandar por toda a eternidade todos esses disseminadores da intolerância e ignorância.
Não é que nós adeptos e entusiastas da EAD tenhamos intenção “supremacista” em relação ao ensino presencial, mas ter que ouvir ou ler posições preconceituosas, discriminatórias e pejorativas com relação a EAD (quando fatos e dados como os expostos na matéria abaixo, estão ai para quem quiser ver, destroçando os argumentos dos “anti-EAD”), chega a ser hilário e nonsense… .
Cursos a distância superam os presenciais em todos os indicadores de qualidade do e-MEC
Tanto no conceito de curso (inclusive no preliminar) quanto no Enade, cursos a distância conseguem percentual superior de aprovação na comparação com presenciais, segundo base de dados e-MEC
A base de dados e-MEC, que reúne instituições de ensino e cursos de graduação com suas respectivas notas nos indicadores de qualidade utilizados pelo Ministério de Educação (MEC), aponta que, percentualmente, os cursos de educação a distância estão ligeiramente melhor conceituados do que os cursos presenciais em todos os indicadores.
O e-MEC reúne as notas nos indicadores do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia o conhecimento dos estudantes; do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que é composto a partir dos resultados do Enade e por fatores que consideram a titulação dos professores, o percentual de docentes que cumprem regime parcial ou integral (não horistas), recursos didático-pedagógicos, infraestrutura e instalações físicas; e, por fim, as notas do Conceito de Curso (CC), composto a partir da avaliação in loco do curso pelo MEC, e que pode confirmar ou modificar o CPC.
Em todos os três indicadores, os cursos a distância aparecem com percentuais ligeiramente maiores de aprovação (notas 3 a 5) e também com percentuais maiores entre os cursos aprovados com a nota máxima (5).Na análise dos dados do e-MEC, verificou-se um quase empate nos indicadores CC, porém com vantagem para os cursos a distância, nos percentuais de aprovação (notas 3 a 5): 100% dos cursos a distância e 97,7% para os cursos presenciais.
No indicador Enade também houve um cenário parecido: 70,5 para cursos a distância e 69,15% para cursos presenciais. Porém, no indicador CPC, houve uma grande diferença em favor dos cursos a distância: 83,7%, e 75,6% para os presenciais.Se forem considerados apenas os percentuais de nota 5, novamente os cursos a distância estão na frente no CC (14,58% a distância e 14% presenciais) e no CPC (2,91% e 2,3%), ficando atrás apenas no Enade (4,5% a distância e 6,15% presenciais).
A busca de dados na base do e-MEC foi feita ontem, dia 20, considerando apenas cursos (não se buscou por instituições de ensino) em todo o país, pagos e gratuitos, nos graus de bacharelado, licenciatura, tecnológico e sequencial. Não se considerou neste levantamento os cursos presenciais ou a distância que não foram avaliados ou que ficaram sem conceito. A busca foi feita pela internet, no endereço http://emec.mec.gov.br/. O sistema é atualizado constantemente.
A pesquisadora Márcia Figueiredo, coordenadora geral do Centro Universitário Barão de Mauá e membro da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) afirma que o número de cursos avaliados em educação a distância é pequeno na comparação com os presenciais porque ainda “menos de 10% das instituições oferecem educação a distância, isso faz com que o número de instituições avaliadas ainda seja muito pequeno”. Márcia também acredita que há a necessidade de que seja adotada um política nacional para a educação a distância, principalmente para a educação superior, já que a modalidade a distância não é considerada para este nível no Plano Nacional de Educação.
Veja os resultados da pesquisa na tabela abaixo:
Notas dos cursos presenciais e a distância
Cursos de EAD
Cursos Presenciais
NOTA
CC
%
CPC
%
ENADE
%
CC
%
CPC
%
ENADE
%
5
07
14,58
07
2,91
15
4,5
2.232
14
400
2,3
1.310
6,15
4
30
62,5
60
25
69
20,9
7.275
45,6
3.911
22,8
4.419
20,7
3
11
22,9
134
55,8
149
45,1
6.076
38,1
8.656
50,5
9.028
42,3
2
—
—
39
16,25
95
28,7
323
2
4.024
23,5
5.560
26,1
1
—
—
—
—
02
0,6
25
0,1
121
0,7
982
4,6
1 a 5
48
100
240
100
330
100
15.931
100
17.112
100
21.299
100
3 a 5
100
83,7
70,5
97,7
75,6
69,15
FONTE: e-MEC (http://emec.mec.gov.br/). Coleta de dados realizada em 20/02/2013 pela revista Ache Seu Curso a Distância, e pela pesquisadora Márcia Figueiredo (CBM e ABED).
Ordem da PM determina revista em pessoas “da cor parda e negra” em bairro nobre de Campinas (SP)
Reprodução do documento publicado nesta quarta-feira 23 pelo jornal Diário de São Paulo
Para falar a verdade essa é uma ordem não escrita desde sempre…, pessoas negras sempre foram automaticamente consideradas suspeitas mesmo sem os indivíduos observados terem dado qualquer motivo real para isso (basta a cor); seguida não apenas pela Polícia, mas por seguranças de shopping, supermercado, etc…, a grande novidade é que a tradicional desfaçatez dessa vez caiu por terra e a ordem foi parar no papel com todas as letras, timbre, carimbo e assinatura…, duvido que se os suspeitos de estarem aprontando na área fossem brancos a ordem iria dizer “principalmente brancos de 18 a 25 anos” , seria simplesmente ” jovens de 18 a 25 anos em grupos de 3 ou mais” (o que não retiraria a tradicional preferência pela abordagens a jovens negros, mesmo que os bandidos procurados fossem brancos…), podem tentar fazer mil malabarismos para dizer que não tem racismo embutido na questão, mas nessa não tem “desculpa que cole”…
Impressiona a matéria publicada no nosso principal jornal de Manaus
Manchete em A Crítica
E como sempre o racismo (sim RACISMO, pois a base da intolerância religiosa no caso, faz parte do tradicional conjunto de práticas e mentalidades racistas brasileiras) denunciado na matéria (por sinal imparcial como deve ser uma boa matéria), se repete nos COMENTÁRIOS da versão online do jornal, demonstrações abertas de ignorância e preconceito (as vezes mal disfarçado em “defesa da livre expressão ou direito de opinião”).
Vou repetir aqui (com alguns acréscimos) o que comentei lá :
Aos que não entendem do que se trata :
1- História e Cultura afrobrasileira e africana, não tem cunho religioso (apesar de entre outras coisas poder esclarecer sobre algumas características das religiões de matrizes africanas, e isso não é apologia nem proselitismo) o ensino de HCAA é obrigatório no ensinos fundamental e médio de forma transversal por conta da LEI FEDERAL 10.639/2003, alegar “convicções religiosas” para não estudar ou fazer trabalho escolar é tão ridículo quanto alegar que estudar mitologia e cultura grega “transformaria” os estudantes em “adoradores de Zeus” ou que por serem criacionistas devam “evitar” conhecer e responder sobre o evolucionismo.
2- O errado no trabalho sobre Missionários na África ( que tentou ser apresentado pelos estudantes) é que vai justamente na contra-mão da intenção de mostrar justamente os valores civilizatórios africanos lá e introduzidos no Brasil e não como eles foram e são destruidos pela cultura eurocêntrica. (seria como se fosse pedido um trabalho sobre A cultura indígena e os estudantes apresentassem um trabalho de apologia à destruição da cultura, pelas missões). Ou seja, estão tão CEGOS pelo fanatismo que não enxergam que proselitismo religioso contraria a ideia de respeito à diversidade cultural.
3- Poderiam ser feitos milhares de trabalhos sobre cultura afrobrasileira sem sequer tocar na questão afroreligiosa, ou seja, o problema mesmo é preconceito contra qualquer coisa de origem africana (inclusive os descendentes). A intenção de trabalhos como esse é deslocar o eixo de visão cultural dos jovens de um exclusivo eurocentrismo, não reforça-lo. (em tempo, fiquei sabendo por outras fontes que o trabalho solicitado era sobre o Candomblé, o que não muda a situação, se fosse solicitado um trabalho sobre o islamismo, judaísmo ou sobre a reforma luterana, nenhum aluno independente de religião poderia se negar a fazer, conhecer elementos de outros grupos culturais não torna ninguém pior…) .
Os estudantes falaram em SATANISMO e HOMOSSEXUALISMO (sic) em obras literárias recomendadas para leitura (no caso Jubiabá de Jorge Amado, onde o personagem principal é amigo de um pai de santo), se fossem menos intolerantes e mais informados, saberiam que o satanismo é uma filosofia/culto europeu, não africano… e que o termo correto é HOMOSSEXUALIDADE (em geral o sufixo ismo é aplicável a doenças/patologias, o que não é o caso).
Enfim, está ai escancarada a atitude criminosa de intolerância e discriminação fomentada por pais e pastores, desrespeitam não apenas vários dispositivos constitucionais e infraconstitucionais diretos, como afrontam uma lei federal (a 10.639/2003 que torna obrigatório nos níveis fundamental e médio o ensino de História e Cultura afrobrasileira e africana, complementada pela 11.645/2008 que incluiu a História e Cultura do povos indígenas); está mais do que na hora de acontecer algumas prisões e processos contra os arautos da intolerância criminosa, para mim isso já virou caso de polícia e justiça… .