Blog do Juarez

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Agora sou Lord (é sério…)

Bom, antes de falar propriamente sobre isso vou explicar aonde começa minha relação com a Escócia. Tudo teve início na minha infância, na virada dos anos 1960 para os anos 1970, ao ver na TV os comerciais de Whisky, aquelas cenas com paisagens escocesas, o som das gaitas de foles e imagens dos gaiteiros, a névoa, a elegância e a impostação do inglês dos narradores me impressionaram marcadamente, como algo a que não sabia o porque, eu “pertencia”.

Mais tarde o mote passou a ser o cinema, dos filmes que impactaram minha geração um foi “Highlander, o guerreiro imortal” cujo protagonista foi Cristopher Lambert.

O filme narra a história de Connor Mac Leod,imortal guerreiro escocês do século XVI. Conta ainda com a sempre elegante participação de Sean Connery (ator escocês, e o eterno James Bond para minha geração)

Mas voltemos ao Highlander

A história começa e tem vários flashbacks na região dos Highlands (terras altas) noroeste da Escócia que descem até o oceano. As paisagens estonteantes e a trilha sonora me deram uma tremenda sensação de “Deja vu”, senti que já tinha vivido ali, em outra vida, outros tempos… .

Pois bem, desde cedo tive uma simpatia pela Escócia, sua cultura, história e seus heróis como Willian Wallace (que também ganhou filme (“Coração Valente”) protagonizado por Mel Gibson)

Muita gente deve questionar e achar estranho essa “apropriação” afetiva cultural, pois afinal, o que faz uma pessoa negra ter alguma coisa a ver com a Escócia e sua cultura? Bom, o que posso dizer é que não sou o único nessa. Nem a cultura, nem a história e tampouco população escocesa é “impermeável” à presença negra, e vice-versa… 😉

Seguindo, recentemente descobri que era possível me vincular de alguma forma mais efetiva à essa linda região das Highlands (ou ao menos vizinhas). Como? Simplemente comprando terras lá, na Escócia, e foi justamente o que eu fiz… 😉😏. Na verdade não um “terrenozão prático”, mas um pequeno e simbólico lote de terra em área de preservação ambiental em uma “Lordland” histórica, ou seja, uma propriedade perpétua com restrições em um terreno maior e que serve ao propósito de preservação ambiental. Com isso me tornei um proprietário/benfeitor.

Ser um Lord normalmente depende de nascimento, indicação direta da Rainha ou do Legislativo, porém…

Segundo as tradições e leis escocesas, junto com a propriedade derivada de uma Lordland histórica, vem o direito ao título de Lord ou Lady daquela terra, assim como no passado, um reconhecimento/agradecimento por mérito ou serviços prestados ou simplemente por possuir terra, coisa historicamente reservada somente aos nobres, que então permitiam “posseiros” (pessoas que viviam e trabalhavam em seus domínios) que não eram de fato e direito proprietários. Aliás essa situação de não ser proprietário da terra aonde se vive e trabalha é comum e majoritária ainda hoje na Escócia, daí a distinção de quem é proprietário, mesmo que de pequena porção de terra.

O tratamento honorífico é portanto válido e amparado pela tradição e por lei, e dependendo pode até ser citado em alguns documentos no Reino Unido ou fora, (lembrando que o título escocês é de mero style, ou seja, de “cortesia”, para pura referência/tratamento social, não é um título de nobreza como os hereditários ou concedidos pelos poderes monárquicos, não habilita para funções no parlamento e judiciário) podendo ser usado socialmente e mundo afora, vide detalhes:

Aqui juridicos: https://mauricioflankejchel.jusbrasil.com.br/artigos/1113569627/o-titulo-de-lord-comprado-tem-valor-juridico

Aqui de forma jornalística: https://istoe.com.br/como-se-tornar-um-lord/

Agora os detalhes práticos do meu caso, a área do “microdomínio” é aqui:

Condado de Wigtownshire – Galloway – Escócia

E eis a proclamação, o reconhecimento da compra da terra e da outorgação do direito ao uso do tratamento como Lord. (toque na imagem para ler ampliado, ou vá para a transcrição logo abaixo)

Proclamation

Whereas,
LORD JUAREZ SILVA JUNIOR DE WIGTOWN

(hereafter referred to as The LORD ), has, by way of notice, this eighth day of February in the year two thousand and twenty one, in the sixty eighth year of the Reign of Our Sovereign Lady Elizabeth the Second, by the Grace of God, of the United Kingdom of Great Britain and North Ireland and of Her other Realms and Territories Queen, Head of the Commonwealth, Defender of the Faith, delivered unto us the intention to purchase, and us with the intention to accept, Established Titles has agreed with the Lord to bequeath unto them a dedication of a plot of land of precisely five square feet in Scotland, in with particular, the plot of land identified and described the specific identifying plot number G560178, by Established Titles,
of a measurement of five feet by one foot, and hereinafter referred to as “THE PLOT’.

Established Titles agrees to dedicate THE PLOT in the name of the Lord on an estate located in Wigtownshire, Scotland, of its choosing, which may be identified altogether or as part of a larger area and form a part of a merkland, or eight ouncelands.

Now THIS DEED WICHESSECH AS FOLLOWS
Whereas, part of the estate that THE PLOT forms a part of has been identified and set aside in relation to a scheme of souvenir plots, Established Titles, in CONSIDERATION of all sums due and paid to us by the Lord, of which we acknowledge receipt of, has bequeathed a dedication in favour of the Lord, his assignees and his successors all and whole, but without the rights thereto over the larger subjects and its successors in title of the larger subjects and all others authorized by it, which remain with the registrants of the
estate and larger area and may be identified altogether with the larger area.

The Lord hereby covenants with Established Titles that the dedication agreed upon in this Proclamation is for the Lord and their successors in title only and that they and any of their successors shall not sell the dedication of plot number G560178, more specifically not in such a way that it could be registered or owned in separate titles or in separate ownerships.

Know we THEREFORE THAT, JUAREZ SILVA JUNIOR DE WIGTOWN, by the virtue of the ownership of land in Scotland, by way of a dedication, upon the effect and the receipt of this proclamation, in particular regarding the land described as Plot G560178 by Established Titles, may henceforth and in perpetuity be known by the style and title of LORD and shall hereafter, to all and sundry, be known as LORD JUAREZ SILVA JUNIOR DE WIGTOWN.

Portanto car@s amig@s se alguém na intenção de me elogiar pela “fidalguia” etc etc, disser que sou um Lord, saibam todos que dessa proclamação tomarem conhecimento, que não é apenas figura de linguagem, mas um FATO…🤭🤷🏽‍♂️😂😂😂

Assinado: Lord Juarez Silva de Wigtown.😉


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Resolvido! localizados os “Monteiro Lopes” nordestinos, árvore genealógica chegará à sexta geração adulta.

Prezados! Uma notícia para quem acompanhou ou soube da minha apresentação na ANPUH-Recife “Família Monteiro Lopes: 150 anos”, na qual solicitei que quem tivesse interesse, seguisse buscando pelas 4a e 5a gerações nordestinas (já que trabalhei prioritariamente as 5 gerações no ramo amazônico).

Acaso do destino os descendentes de João Clodoado (irmão mais velho do famoso Dep. Manoel da Motta Monteiro Lopes, personagem da minha dissertação) ME ENCONTRARAM 🤭 por conta de uma publicação sobre o ML em minha coluna na Agência de notícias Amazônia Real… .

Eles se estabeleceram na Bahia e Paraíba, e tem inclusive um que se mudou aqui para Manaus, formando o segundo ramo amazônico da família. Igual o restante da família seguem proeminentes… a exemplo de Julieta Carteado Monteiro Lopes…da 4a geração… filha de Manoel da Motta Monteiro Lopes SOBRINHO, médico que se estabeleceu em Ilhéus. (Gente! que família negra, cada um dá uma dissertação…🤭)

Veja a biografia de Julieta Carteado Monteiro Lopes, a mulher que dá nome à maior biblioteca de Feira de Santana-BA: https://feirenses.com/julieta-carteado/

Árvore genealógica a atualizar:


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Ifá, o encontro do destino com a consciência

Simplesmente eu tinha esquecido de registrar no blog esse importante passo em minha vida.

Apesar de ser relativamente discreto, não é segredo para ninguém a minha filiação aos cultos de matrizes africanas, inicialmente ao candomblé keto do qual sou um velho Abian, ou melhor, um Abian velho…, e agora com o Ifá.

O candomblé

Abian é aquela pessoa que já está na religião, teve seus orixás “definidos” no jogo de búzios, passou por ritual de limpeza (passivo) e de bori (primeiro ritual ativo, no qual se dá “comida à cabeça”, ou seja, faz oferendas aos Orixás ) .

Por tal usa fio de contas, frequenta um ou vários ilês (terreiros), pois como ainda é um “pré-iniciado” (não passou pelo rito de “feitura de cabeça/santo” ou consagração como Ogan/Ekedi, sacerdotes auxiliares, que não “pegam santo”), não tem vínculo oficial nem obrigações com uma casa ou sacerdote.

Abian é um “caminhante inicial” com liberdade para “andar por ai”, apenas se cuidando espiritualmente, observando e aprendendo antes de uma eventual iniciação.

A minha caminhada pré-iniciática no Candomblé por exemplo, já passa dos 14 anos de muita observação, estudo e participações. Agradeço à todos que me acolheram, cuidam e partilham nesse tempo todo, em especial a mãe Nonata Corrêa com quem tudo começou e ao meu estimado Baba Jean de Xangô, à todos do Ile Ase Afiin Oba e à todo povo de santo de Manaus que desde sempre tem me tratado com muito carinho, respeito e até “deferência” mesmo sendo um “deshierarquizado”.

O Ifá

Apesar de também ser culto a Orixá, e dividir com os cultos Lesse Orixá, a cultura yorubá, o Ifá não é Candomblé, tem uma outra finalidade que explicamos mais adiante. As religiões de matrizes africanas são várias e fortes nas Américas central, sul e no Caribe. Foram introduzidas pelos africanos de várias partes do continente, trazidos pelo tráfico negreiro por quase 4 séculos e mantidas por seus descendentes, com as naturais e inescapáveis adaptações ao contexto afrodiaspórico. Em todas elas é basilar a necessidade de consulta a oráculos não apenas para os interesses particulares de praticantes e clientes, mas para a própria estruturação e práticas religiosas.

É através dos oráculos que se dá a maior parte da comunicação entre o “mundo de cá” (o ayé, o mundo físico e a vida) e o “mundo de lá” (Orum, o mundo espiritual) e é através deles, os oráculos, que se pode alcançar a comunicação com as divindades, o que é diferente da comunicação com espíritos.

Na cultura Yorubá, grande grupo étnico predominante na região da atual Nigéria e vizinhanças, do qual boa parte dos traficados para a escravidão no novo mundo provinha, os cultos a Orixá tem como o grande sábio e conhecedor do destino o Orixá Orunmila.

Orunmila é testemunha quando antes de virmos ao Ayé (nascer) nos ajoelhamos junto a Olódùmarè para escolher nosso destino, objetivos e com quais odús (também dito oduns) chegaremos à terra, coisas que esquecemos entre a conversa com Olódùmarè e o nascimento, e cuja consciência do conteúdo só pode ser resgatada via a iniciação em Ifá.

Importante esclarecer que o conceito de destino em Ifá não é de coisa absoluta, inalterável, mas sim potencialidades e linhas mestras que podem sofrer alterações em função do livre arbítrio e da influência de outros atores da vida. Não dá portanto para escapar da verdadeira data da partida desse mundo, mas dá para não ser levado antes da hora e para cumprir o destino da vida de forma mais proveitosa, corrigindo os desvios, buscando os melhores caminhos e evitando os percalços e armadilhas que se colocam, reduzindo a atuação da divindade Elenini, cujo objetivo é fiscalizar nosso caráter e merecimentos justamente ao fazer-nos cair nesses desvios e recebendo por isso as famosas “peias”.

Orunmila é portanto não apenas o conhecedor do destino e detentor dos conhecimentos para que o cumpramos bem. Orunmila é também quem interage com os demais Orixás e ancestrais que atuam em nossas vidas e possibilita a comunicação entre eles e nós através do Ifá. O culto à ele, o acesso pleno e privilegiado à essa comunicação oracular, seus segredos, métodos para alcança-la e tomar as medidas cabíveis via cerimônias, obras e condutas indicadas é o chamado IFÁ.

Apesar de no meio de religiões de matrizes africanas, muita gente utilizar o termo Ifá genericamente para se referir aos subsistemas oraculares para práticas divinatórias de raizes iorubanas, ou seja, os métodos de consulta aos Orixás, na verdade Ifá é muitíssimo mais que isso. Ifá é o culto especializado e sistematizado à Orunmila, aos 4 Orixás guerreiros que também se recebe na iniciação para assentar em casa (Eleguá, Ogum, Oxóssi e Ozun, representado pelo galinho, não confundir com Oxum) e é o detentor do sistema oracular mais complexo e preciso.

Os cultos “Lesse Orixá”, caso de alguns cultos africanos ainda praticados por lá, do candomblé no Brasil e do “Lucumi-Osha” cubano (que foi espraiado para outros paises latino-americanos, caribenhos e mesmo aos EUA e Europa), utilizam subsistemas menos complexos do Ifá, como os dilogún, a exemplo do jogo de búzios.

O Ifá apesar de também ser culto a Orixá, como já dito, é o culto que se dedica especialmente ao Orixá Orunmila, ao conhecimento e manutenção dos destinos, diferente dos cultos lesse Orixá, cujo principal objetivo é cuidar dos filhos de Orixá e de suas relações com eles, como a “feitura de santo”, os toques para Orixá, ebós, e o transe.

No Ifá pode eventualmente haver toques de tambor, mas não é cotidiano, não há nem “se trabalha transe”, portanto Babalawos não se ocupam de “feitura de santo”, isso fica para os Oriatés e para Babalorixás e Yalorixás do Lesse.

Ifá, é um caminho muito propício para os que querem cultuar Orixás, ter o axé em suas vidas mas que “não dão santo”, apesar de não haver impedimento para iniciar os que dão, exceto no caso dos Babalawos, que não podem ser pessoas de incorporação ou transe.

Apenas os sacerdotes de Ifá, os Babalawos, conhecem e são autorizados a utilizar todo o sistema de oráculos de Ifá e seus subsistemas mais complexos, através do opon-ifá (um “tabuleiro” especial, junto com outros elementos acessórios) o opele-ifá (um “rosário” de plaquetas côncavas/convexas e um lado claro e outro escuro) e com ikins (os caroços do dendezeiro). Tudo isso combinado com um grande “corpus” literário de patakins (historietas, parábolas) versos, ditados, signos, rezas, saudações, cânticos e procedimentos litúrgicos.

Os Babalawos na tradição afrocubana, não podem jogar búzios, isso é feito pelos sacerdotes e sacerdotisas dos cultos “lesse orixá”, ou iniciados em ifá que não sejam Babalawos, após um rito de consagração ao serviço do oráculo.

Segundo o respeitado site do “Proyecto Orunmila” que reúne o melhor da literatura temática do sistema religioso afrocubano de base yorubá, o ifá-santeria-osha, alguns outros subsistemas oraculares de Ifá como o biange (bianwé) e o aditoto, também podem eventualmente ser manipulados pelos omoifás, aqueles iniciados e iniciadas na primeira mão em Orunmila-ifá, os chamados de Apetebis (as mulheres) e de Awofakans (os homens), assim como por “santeros” que tenham igualmente recebido em iniciação os Orixás guerreiros. Porém isso depende das orientações internas de cada rama de Ifá, algumas permitem, outras não.

O ifá inicialmente introduzindo no Brasil por meio de Babalawos que vieram entre os escravizados, não foi sistematizado e constituido literariamente.

Por um processo peculiar de “matriarcalização” dos cultos afro no país, em meados do século XX acabou por praticamente desaparecer junto com os últimos Babalawos do que teria sido uma “tradição brasileira”, deixando apenas algumas referências utilizadas nos sistemas oraculares manejados por Yalorixás e Babalorixás, destacadamente o jogo de búzios.

Desde meados dos anos 90, o culto de Ifá está sendo reintroduzido no país a partir dos aportes primeiro dos afrocubanos e mais recentemente dos nigerianos. Apesar da base teológica ser comum à toda cultura yorubá, tanto na Nigéria, quanto na preservada em Cuba ou no cultos brasileiros de matrizes africanas, obviamente existem diferenças e evoluções distintas, o que causa divergências e certo “distanciamento” principalme entre “africanos” e “cubanos”.

Particularmente vejo a tradição afrocubana como muito mais próxima da realidade brasileira por ser igualmente diaspórica, e foi essa que escolhi como caminho em Ifá.

Primeiro contato

Meu primeiro contato ritualístico com Ifá seu deu em Cuba, no município de Playa, região metropolitana de Havana, com Osode, Ebó e Bori (Consulta, Limpeza & proteção e Comida à cabeça e aos Orishas) em fins de dezembro de 2018, sob atuação dos Awos El niño Ojuani Hermoso, Peque Itangame Okana SA e Rolando Valdez. Uma experiência forte, de muito respeito ao que já fazíamos no candomblé no Brasil e um Ashé muito perceptível.

A iniciação

Fui iniciado em Ifá em meados de março (2019), no Rio de Janeiro, na Rama Ifá Ni L’órun, a maior do Brasil, a qual pertence a família Ifairawo, conduzida pelo agora meu padrinho, o Babalawo Márcio Alexandre M. Gualberto (Ogbe Ate) tendo como Ojugbona (segundo padrinho) o Babalawo Felipe Oyekun Biroso e Babango (avô) o Oluwó Siwajú Evandro Otura Aira, cabeça da rama. Recebendo a “Mão de Orula”, os ritos e fundamentos que permitem a condição de membro do culto de Ifá, e o acesso ao conhecimento do meu odu principal, dos dois odus de testemunho, das profecias, o recebimento dos ilekès (fios de contas) idefás (pulseiras de santo) a Igba de Orunmila e os fundamentos para assentar os quatro Orixás guerreiros (Eleguá, Ogum, Oxóssi e Ozun [novamente, não confundir com a Yabá Oxum] ) os quais passei a atender em casa e passaram a cuidar de mim, em todo lugar.

Com o padrinho e os irmãos de plante (“barco” de iniciação) antes da entrega dos Odun, dos ilekês, idefás e dos Orixás.

Uma alteração importante, meu Orixá tutelar, até então tido com Oyá/Yansã secundada por Oxum (Orixás femininos), na verdade Ifá revelou ser Yemaiá (Yemanjá). Sem problemas, apenas tomei consciência da verdade, sigo na força das minhas Yabas, agora três, pois não por coincidência meus odús indicam também a proteção tanto de Oyá quanto de Oxum e inclusive me recomendam seguir na devoção à elas e usar também seus fios de contas.

Com os caminhos abertos e indicados não apenas para o atendimento aos meus santos, o autoconhecimento, o aprofundamento no culto e na sabedoria que propicia, para a fraternidade com o abures (irmãos) e os cuidados espirituais do meu padrinho e do ojugbona, mas também para o sacerdócio como Babalawo, com a futura ida ao Igbodu, agora é estudar ainda mais.

Iboru, Iboya Ibosheshe !

“A palavra de Orula não cai ao chão”


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2017 – VIGÉSIMO NONO ANIVERSÁRIO DE ATIVISMO NEGRO

Só agora me dei conta que minha primeira palestra oficial, que ocorreu no centenário da abolição (1988) ao contrário do que aparentemente todo esperavam, não versou sobre os horrores do cativeiro, nem sobre a “bondade da princesa”, muito menos admitiu a abolição como “marco da igualdade”,  foi sobre… PÓS-ABOLIÇÃO (muito embora seguindo o meu natural “braudelianismo”, ou seja,  tendência em problematizar utilizando recortes temporais e geográficos mais amplos que os nominais aplicados aos eventos-título) pois parti das leis antiescravidão que antecederam a  lei áurea,  bem como,  de uma ácida crítica ao uso da Guerra do Paraguai para iniciar o processo de branqueamento do Brasil, já que a abolição era um processo em evolução e questão de relativo pouco tempo.

Na época eu tinha acabado de concluir a faculdade, era um cara de exatas/tecnologia, nem me passava pela cabeça um dia ser um pesquisador em História, mas ali, em uma época em que não havia Internet, fiz uma pesquisa e palestrei em um tema que só bem recentemente passou a empolgar os historiadores… o PÓS-ABOLIÇÃO😉. É verdade, “mato a cobra e mostro o pau” :

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Em matéria do Portal Amazônia…

portalamazonia-juarez-consciencia-negra

Deu hoje no Portal Amazônia, destaquei minha parte na imagem acima,  a matéria completa com as falas de outros companheir@s e estudiosos em :http://portalamazonia.com/detalhe/noticia/a-importancia-do-dia-da-consciencia-negra-na-amazonia/?cHash=8a55720bfd34a873fb4584060a5f3b13

 


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Começou o mês da Consciência Negra

capa-face-novembroPara mim talvez o período mais atarefado e de maior exposição todo ano, muitos compromissos, palestras, entrevistas, eventos , enfim… , durante todo o mês minha capa no facebook será essa ai… :-), tá legalzinha não ?


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Militar de mérito… :-)

guerreiro-v

Eu, em manobras militares , no já  longínquo ano de 1985

Feriadão de Corpus Christi e a gente em casa… :-), em dias assim as vezes se aproveita para dar uma arrumada nas coisas…, procurar aquela coisinha que “sumiu” e na pressa do dia-a-dia não encontramos, e nessas horas as vezes encontramos sem querer outras coisas que não estávamos procurando e nem lembrávamos mais…, aconteceu isso hoje comigo… .

Nem lembrava dessa distinção recebida ao final do serviço militar (também…, já tem mais de 27 anos… 🙂 ), uma praxe concedida aos que conseguiram passar pelo serviço militar SEM QUALQUER PUNIÇÃO OFICIAL  e  com distinção no treinamento e atividades militares, o que é  relativamente difícil no primeiro ano (obrigatório) e se torna exponencialmente mais raro à medida que se permanece no serviço já voluntário (que no meu caso foi de mais 3 anos…, servi de  1982 a 1986), tá ai, direto do túnel do tempo… :

honra-ao mérito-militar

“O suor poupa o sangue !”  (lema da minha antiga unidade, 2º BE Cmb)


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23 de Abril, Dia Mundial do Escoteiro

23 de Abril é dia mundial do escoteiro

A data não por coincidência  é também o dia de  São Jorge, que pelo exemplo de suas virtudes  foi escolhido por Lord Baden-Powell ( um General britânico,  ou  simplesmente B-P,  como é referido no meio, o fundador do escotismo) como padroeiro dos escoteiros.

O escotismo mais que um movimento é um sistema educacional complementar / fraternidade mundial fundado por B-P em 1907 na Inglaterra, a partir da  experiência própria  retirada de sua vida campista quando jovem, e também  da  adquirida ao longo de sua vida militar servindo em distantes partes do então grande império britânico (notadamente Ásia e África), bem como, de uma forçada utilização de  garotos  em funções militares auxiliares, em  situação em que B-P se viu sitiado com suas forças  durante o famoso  Cerco de Mafeking (parte das disputas entre o império britânico e os Bôeres (colonos holandeses) durante a Guerra do Transvaal em 1899 na África do Sul.)  Aqui link para uma curta biografia de B-P .

Hoje o ESCOTISMO (para maiores detalhes veja o link), é um sistema CO-EDUCACIONAL (para meninos e meninas, moças e rapazes) existente em todo o mundo e como uma real fraternidade reúne crianças, jovens e adultos de todas as cores, credos, classes, garantindo por meio de suas atividades a formação de indivíduos responsáveis, solidários, disciplinados e de grande caráter, características levadas por seus praticantes para o resto de suas vidas.

dia do escoteiro

Eu tenho grande orgulho de fazer parte desta fraternidade (uma vez escoteiro, sempre escoteiro… ), tendo meu avô (falecido em 1946) fundado um grupo escoteiro em Minas Gerais na década de 30/40, meu pai participou desse grupo como “lobinho” e décadas mais tarde me introduziu ao 8 anos de idade (1972) no escotismo  também como “lobinho”, em  Taboão da Serra-SP, depois fui lobinho e escoteiro do Ar  no Grupo 176º “Anchieta”, me afastei por motivo de mudança para Pindamonhagaba-SP (aonde ainda não havia grupo escoteiro) e retornei ao escotismo em  1981/82  ao ser co-fundador (junto com meu pai e irmãos  menores entre outras pessoas) do Grupo escoteiro 97º ITAPEVA ( grupo em atividade até hoje), do qual fui o primeiro Assistente de Chefe de Tropa e anos mais tarde (1990-1991) Mestre do Clã Pioneiro (PENDRAGON). Deixando o grupo e a atividade escotista ao me transferir para Manaus em 1991.

Mesmo fora de atividade, guardo com carinho todas as recordações e o que aprendi no escotismo, hoje de manhã sai de casa com pressa, esquecido de que hoje era dia do escoteiro (nesse dia os atuais e antigos escoteiros costumam utilizar o seu lenço de promessa, como forma de homenagear e reafirmar o orgulho de fazer parte dessa fraternidade mundial), não deu para usar o lenço no trabalho mas fica a minha foto  🙂 .

Sempre Alerta !  SERVIR !

Sempre Alerta para SERVIR !


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Dia Internacional do DJ

DJTá ai um dia de justa homenagem aos profissionais que literalmente embalam as pistas e tocam os hits que ficam marcados em nossa vida , o DJ, ou Dee-Jay , abreviatura de Disc Joquei, o cara que comanda as pick-ups (toca-discos)  (e outros dispositivos que animam as festas e baladas, ah! e também alguns programas de rádio), parabéns a todos os DJs do passado e do presente.

Aproveito para expressar um dos meus orgulhos pessoais, que é o de um dia também ter podido por a moçada para dançar na pista e embalado muitas histórias. Fui um DJ pré-digital 🙂 . Tudo começou por volta de 1978 (os dias dos “Embalos de Sábado a Noite”), foi quando comecei a juntar equipamentos de som e luz que animavam primeiro o meu quarto de adolescente, até o dia da “estréia” oficial como DJ na festinha de conclusão do prédio que viria a ser o mercadinho que a  família possuiu por alguns anos em Pindamonhagaba-SP, depois foram surgindo outras festinhas simples em que “tocava”, até que em 1981, inaugurei meu próprio clube noturno, o SATURNO DISCO CLUB, com direito a cabine de DJ com ponte levadiça e uma razoável parafernália, meu “nome artístico” era “JUJU MEGAWATT”  🙂 .

No Saturno eu tocava mixando entre os bolachões de vinil e as fitas K-7 (naquela época ainda não havia CD nem microcomputadores), os clássicos da Disco Music, Eletrônica, Funk (americano) e os primórdios da dance music e rock nacional, mas também punha a moçada para dançar um bom e velho fórro tradicional (o pessoal adorava), samba para dançar junto e é claro não podia faltar as músicas românticas para o pessoal ter aquela oportunidade de “chegar junto” :-),.

A maior angústia de um DJ é não saber se o que ele está prestes a tocar vai “bater” com o pique atual da moçada, e pior ainda, é constatar que errou… (e acontece), porém é compensado quando se acerta em cheio e na virada para a introdução a moçada vibra e vai a loucura, ah! e ainda tem que ter bom senso para fazer as intervenções necessárias no microfone (o que pode animar ainda mais a galera ou virar uma  sonora vaia… 🙂 ).

Nessa época a discotecagem em geral se limitava a escolher as músicas,  fazer as viradas, animar a galera, comandar as luzes, eventualmente tocar a sirene ou fazer alguma gracinha como alterar a rotação, travar o disco, ou reiniciar a música depois da introdução,  não havia efeitos especiais nem os remixes…, quer dizer, as vezes se conseguia um disco de DJs já famosos de dicotecas badaladas e que já vinham mixados ou com versões disco de músicas antigas e famosas e com alguns efeitos produzidos nos estúdios; só para lembrar uns TOP DJs de quem eu era fã, o argentino radicado no Brasil, Santiago Malnatti mais conhecido como MISTER SAM ( que era também produtor musical e lançou a cantora LADY ZU e também a GRETCHEN) e o grande  Newton Banana do Banana Power. 

Pena não ter nenhuma foto daquela época exata, mas tem essa ai abaixo em que anos mais tarde eu estou tirando uma onda na mesa de som de uma rádio… 🙂 .

JU-DJHoje ainda guardo e toco em casa alguns dos vinis da minha época de DJ e tenho um mixer analógico PYRAMID 2700, em que controlo e combino o som de várias fontes como o CD Player, Toca-Discos de Viníl, Walkman K-7, Microfone e Microcomputador, ah ! e é claro, no computador mantenho um software de DJ digital (MP3 e videos) em que além de mixar é possível também criar músicas, aliás recomendo para quem quiser sentir o gostinho de fazer suas próprias mixagens e até se for o caso virar DJ nas festinhas que pintarem,  é o  VIRTUAL DJ . (que por sinal é grátis).

Have Fun !!!