Blog do Juarez

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O laço branco e a violência contra as mulheres

Lá vamos nós de novo em uma reflexão que não duvido será mal entendida por algu(mas) (uns) neoativistas do feminismo (sejam mulheres ou homens).

Em 6 de dezembro de 1989, Marc Lepine, um jovem canadense de 25 anos, invadiu armado uma sala de aula da Escola Politécnica de Montreal (Canadá) e ordenou que todos os homens abandonassem o local, na sequência assassinou todas as mulheres daquela turma, 14 ao todo. Após o nefasto ato ele se suicidou, deixando uma carta na qual explicava que não admitia que mulheres frequentassem o curso de Engenharia, uma “área masculina” segundo ele.

O episódio de cruel misoginia levou homens canadenses a criar a Campanha do Laço Branco (White Ribbin Campaign), um movimento visando fomentar nos homens uma nova visão sobre a masculinidade e apoiar as demandas feministas. A data também virou Dia Internacional dos homens pela eliminação da violência contra a mulher.

Obviamente sou a favor do feminismo efetivo e repudio a violência contra a mulher, apesar de um “povo” limitado, “travado” e radicalizado entender justamente ao contrário… .

Pois bem, não sou a única pessoa, e sei de feministas que pensam da mesma forma, que a resolução ou redução do problema da violência contra a mulher, na verdade não passa pela “fruição narcísica” de homens que se colocam como “desconstruídos”, nem virá da reunião de homens voluntários e dispostos a discutir “masculinidade tóxica”. Isso passa sim por terapias COMPULSÓRIAS e PROFISSIONAIS para agressores e a disponibilização para as vítimas que se dispuserem a se desvencilhar do abuso enquanto é tempo.

Não é difícil perceber que esse tipo de homem voluntariamente “desconstruível” não é o mesmo que perpetra violências contra mulheres. Confundem machismos de baixo potencial ofensivo introjetados, com a misoginia patológica, aquela que passa pela personalidade sádica, que por sua vez proposital e preferencialmente busca e identifica mulheres com brechas de autoestima por onde podem dominar e saciar sua perversidade e prazer em humilhar e ferir lentamente, até o “gran finale”, o feminicídio.

Dois pontos a destacar, nada é absoluto, portanto, há dementes capazes de realizar sua misoginia e sadismo contra mulheres com as quais nunca tiveram relação específica ou de algum termo, assim como parte das vítimas nunca teve relação ou questões de autoestima e intimidades que fomentassem a violência sádica. Caso do evento que motivou o movimento e data citados no início.

Em resumo, apesar de achar válidas demonstrações de apoio masculino a não-violência contra a mulher, não creio que sejam efetivas as ações como o “laço branco” e suas passeatas ou discussões de masculinidade tóxica, pois elas em nada atingem os grandes e reais problemáticos. Por outro lado, em tempos em que ativistas reivindicam “lugar de fala”, como se tem feito majoritariamente de forma equivocada e beligerante contra aliados extra-recorte, é claro ser puro incentivo à “tretas” e “fogo-amigo” que consomem mais energia que a empregada contra os verdadeiros inimigos das causas.

Para finalizar, quero lembrar, reforçar e afirmar, que considero sim importante e necessário o apoio masculino no combate à violência contra a mulher, sempre a partir de premissas e ações que gerem efetividade.

Para quem lê inglês sugiro essa excelente matéria, escrita por uma feminista, sobre o assunto:

https://www.smh.com.au/opinion/it-s-time-to-shut-the-white-ribbon-campaign-down-20181021-p50b33.html


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De volta ao aborto, nova abordagem.

Como o assunto recrudesceu e voltou às redes nessa semana, achei interessante reapresentar opinião, agora com novos elementos. Declaro logo de cara que não apoio a legalização do aborto para torna-lo método contraceptivo primário e banal, mas sim uma opção, em geral extrema, que assiste à mulher, tanto por questão de saúde e evitar o perigo de morte dela em abortos clandestinos, quanto por ser de foro íntimo a decisão de comprometer toda a própria vida em função de outra ainda por vir.

Olhando as discussões da semana percebi que o foco tem ganhado centralidade no tempo de gestação até quando o aborto poderia ser feito, vi por exemplo um amigo questionando sobre a diferença de abortar aos 3 meses e aos 9 meses de gestação. Então resolvi responder a questão.

Entendo que do ponto de vista biológico até a 12a semana de gravidez não há sequer sistema nervoso, e que até a 24a semana não há consciência de dor… vide:

Já do ponto de vista lógico e legal há algumas questões, mas nada que altere o fato de que a vida civil começa no nascimento e em tese atos anteriores não se equiparam a homicídio, para se ter um homicídio é preciso antes ter uma pessoa da qual se tira a vida, e só se é efetivamente pessoa a partir do nascimento.

Vejo porém com maus olhos uma interrupção de gravidez avançada para além de um período que possa ser considerado “razoável” tanto do ponto de vista decisório quanto ético.

Ao meu ver parece óbvio que uma gravidez indesejada, tanto por motivos de segurança para a gestante quanto de consciência, se for para ser interrompida, que o seja o mais breve possível, enquanto não há sequer sistema nervoso completo, consciência e dor do feto, nem necessidade de atos fúnebres.

O ponto central da oposição ao aborto é o conceito de vida e pessoa e que ninguém tem direito de tirar a vida de pessoa humana.

Entendo e não sozinho, que o que não dá direto de tirar a vida de uma pessoa, basicamente é ela ter uma vida…, ou seja, ter superado a fase fetal ou ao menos boa parte dela e ter nascido viva, tornando-se então uma pessoa com direitos humanos e civis. Quem não nasceu não está sujeito a atos, direitos e deveres da vida civil, pois ainda não existe como PESSOA.

Observe o Conselho Regional de Medicina de SP ao orientar a emissão de declaração de óbito.

Note que nem atestado de óbito se faz para fetos de determinado tempo de gestação e características biométricas, os mesmos não são sequer considerados primariamente para enterramento (o que exigiria a D.O declaração de óbito). O exemplo abaixo mostra claramente que com relação ao tempo de gestação já há um consenso médico e prático sobre “morte antes do nascimento” e o consecutivo direito ao rito post-mortem de enterramento de pessoa.

Como visto não se atesta o óbito nem sequer se faz cerimônia fúnebre para o que não nasceu, pelo menos não antes das 20 semanas de gestação, como falar em “homicídio” (como alguns tratam ou equiparam o aborto) do que por N viéses ainda não se considera pessoa ?

Mesmo sob o ponto de vista religioso é importante notar que a própria igreja não batiza fetos antes de nascerem, para ter esse direto canônico mínimo é preciso ser pessoa, ou seja tem que ter nascido e estar viva no mundo, fora e desligada da mãe, mesmo que por minutos. Se não nasceu e viveu minimamente, nem esse direto canônico tem, vide:

Diante do exposto penso que há uma toda uma convergência para quem não é simplesmente “pétrea e absolutamente” contra o aborto, para apoiar a descriminalização e a inclusão como procedimento disponível na rede pública até a 20a semana de gravidez atendidas as características biométricas de praxe para o não enterramento, a partir dai o direito de opção da gestante cessaria, persistindo a opção médica para os casos de elevado risco de morte da gestante.


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O blackface do Teló e do Mariano

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Os famosos cantores “sertanejos”  Mariano (da dupla com o Munhoz) e Michel Teló acabam de se incorporar ao rol dos antológicos casos do antiracismo imbecil, claro que todo mundo sabe que a “intenção era das melhores” e no sentido oposto ao de racismo (não vamos tocar na possibilidade de isso ter sido uma jogada de reforço de imagem que saiu pela culatra), o que nem todo mundo sabe (e de certo eles também não sabiam) é que para isso escolheram uma prática aparentemente antiracista, porém  para quem discute a questão racial, imediatamente associada com um dos ícones do racismo que é o blackface (prática teatral/circense a partir do XIX em que atores e humoristas brancos se pintavam de preto, para interpretar personagens negros, não raro em tom de galhofa, exagerando traços como lábios, nariz e cabelos), isso seria o equivalente a querer mostrar solidariedade aos judeus mortos no holocausto, colocando uma grande estrela amarela no peito (como as dos tempos dos guetos e campos de concentração nazistas) e postando nas redes sociais, isso acho que nem o Luciano Huck, com sua especialidade em mancadas faria (até por ser de origem judaica…).

blackface-não-tem-graça

Imediatamente após suas postagens nas redes sociais iniciaram as críticas, o que resultou na retirada das postagens e pedidos de desculpas, porém já era tarde, várias publicações condenando a “ideia genial” antiracista dos artistas, levou a uma acirrada discussão nas caixas de comentários, obviamente com a maioria das pessoas “sem entender o que tinha de errado” com as postagens “fofas e antiracistas” ou criticando quem criticou, os clássicos “complexados”, “exagerados”, “chatos” , “psicopatas” , “vitimistas” aparecendo aos borbotões contra quem se manifestou contra o meio-blackface.

O episódio demonstra mais uma vez, que muita gente realmente não se interessa por se informar sobre racismo, acha que não é racista, não tem mentalidade racista… e por tal não deve estudar sobre o tema, quando são atingidos de forma inescapável por algum evento de esclarecimento, acham suficiente, não se aprofundam, não buscam por conta própria informações relacionadas, outros absurdamente acham que  “racismo”  é tocar em questões raciais.

Enfim, é torcer para que esses episódios envolvendo personalidades massivas ganhem alcance e visibilidade, e que estimulando a discussão, cumpram o necessário objetivo de aos poucos fazer o “letramento racial” de quem não sabe que é analfabeto…

Veja também:  Os comedores de banana e o antiracismo imbecil

#antiracismoimbecil


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O retorno dos anticotas: agora contra as mulheres no parlamento

mulheres política 2

A nova frente de combate dos anticotas, a reserva de vagas para mulheres no poder legislativo.

Depois de mais de uma década de acaloradas discussões e após a acachapante derrota impingida pelos defensores das cotas e o STF aos anticotistas e sua argumentação falaciosa, “desapareceu” (ou pelo menos se arrefeceu por um tempo) a disposição dos mesmos em externar seus argumentos antinclusivos, porém…, eis que retornam com força total por conta da campanha nacional por mais mulheres na política.

Repetindo exatamente os mesmos argumentos (e alguns novos, como “interesses individuais oportunistas” e “campanha casuística” ), e talvez imaginando se tratar de “outra coisa” ou “outra causa”, os anticotas demonstram não terem entendido realmente os princípios que norteiam as Ações Afirmativas (AA), a saber:

a) Corrigir distorções e desigualdades históricas e culturalmente arraigadas na sociedade

b) AA não tem nada a ver com “capacidade” pessoal ou coletiva, mas com oportunidades efetivas

c) Cotas são apenas uma das formas de AA, e visam corrigir a SUBREPRESENTAÇÃO dos recortes tradicionalmente prejudicados, em toda e qualquer situação em que se fizerem necessárias.

Ao julgar as ações relacionadas as cotas raciais e sócio-raciais e considerá-las constitucionais, o STF entendeu procedente a ideia geral de Ação Afirmativa por recorte (desbancando de vez o surrado bordão do “todos são iguais perante a lei” do art. 5o da CF, privilegiando o art. 3o “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”), o que significa que apesar do amparo legal direto para negros e indígenas na questão universitária, o mesmo princípio básico é válido para outras Ações Afirmativas, em outras áreas e para outros grupos em situação análoga de subrepresentação, isso é exatamente o caso das mulheres no parlamento, bem como de outros recortes afirmáveis.

O ressurgimento do discurso anticotas (encampado inclusive por algumas mulheres, assim como o foi também por alguns negros no caso das cotas universitárias) é anacrônico e  “zumbi” (está morto, porém continua se movimentando, como se parte da vida ainda fizesse), vai fazer algum barulho pelos próximos tempos, mas está fadado a mais uma magnífica derrota… .

Apesar de em contexto diferente, apropriado lembrar uma frase do primeiro discurso de posse de Barack Obama ” O que os cínicos não entendem é que o chão se moveu sob eles”,  não será portanto fácil manter por muito tempo os privilégios e desigualdades de nossa sociedade.


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Momento Histórico – Registro

foto-históricaSeguindo a minha “neoveia” de Historiador, aproveito para dar uma “facilitada” na vida de futuros pesquisadores (provavelmente “arqueólogos e historiadores digitais”), reproduzindo o registro de um momento histórico, até aonde sei  tal  reunião e registro  é extremamente peculiar,  o encontro e registro fotográfico das altas autoridades dos três poderes estaduais nem tanto, somado o Arcebispo local, mais raro, mas tudo junto e somado a um “Pai de Santo” (Sacerdote de Matriz Africana) militante LGBT e Negro e ainda na Catedral metropolitana, tem 99,99% de  probabilidade de  NUNCA  ter ocorrido antes…, um indicativo forte de que o respeito à diversidade pelo menos nas altas esferas do Amazonas está bem encaminhada…, e um “tapa na cara” dos intolerantes e ignorantes (é redundante mas não custa frisar) que passam dia e noite falando em “Diabo”, demonizando os cultos e praticantes das religiões afrobrasileiras e com atitudes e discursos homofóbicos, ou racistas;  bom seria se em todas as camadas da sociedade e situações sucedesse o mesmo nível de tolerância e respeito mútuo.


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Outubro Rosa no TJAM

Com a Dra Mônica Bandeira de Mello, Ginecologista da FCECON e ativista da campanha de vainação gratuíta contra o HPV

Com a Dra.  Mônica Bandeira de Melo, Ginecologista da  FCECON e ativista da campanha de vacinação gratuita contra o HPV

Estivemos participando e dando apoio técnico às palestras da Dra. Mônica Bandeira de Melo, Ginecologista de Fundação CECON e ativista criadora da campanha pela vacinação ampla e gratuita de meninas contra o HPV, o Amazonas e Manaus são pioneiros nesse tipo de vacinação.

Em tempo: A Dra. Mônica, foi quem fez o acompanhamento pré-natal e o parto da minha filha (que já vai para a faculdade… ;))

Veja mais detalhes na matéria em http://goo.gl/jFk7JM


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A falta de noção de Luciano Huck, está ganhando “evidência solar”…

Print da postagem no face, removida .

Print da postagem no face, removida .

Eu até que nutria um simpatia pelo apresentador, simpático, aparentemente humilde e solidário com todos independente de origem, cor,etc…, porém depois do vergonhoso caso da camiseta do #SomosTodosMacacos ( motivado pelo  já exposto aqui no blog, Os comedores de banana e o antiracismo imbecil) e agora com a última mancada do “bom moço”, tá difícil… .

Print da postagem no Twitter

Print da postagem no Twitter

Depois de uma  campanha das autoridades brasileiras “desincentivando” o turismo sexual, e sem nenhuma reflexão crítica prévia, e olha que essa questão das “cinderelas” buscando “príncipes encantados” estrangeiros, não é nada nova e nem pouco conhecida e debatida, já deu até documentário nacional (Cinderelas, Lobos e um príncipe encantado) e vários  filmes internacionais [não raro fazendo o link com  o tráfico humano… para prostituição]), ou seja, o relacionamento premeditado ou fomentado de mulheres (principalmente as de vulnerabilidade social) para com homens estrangeiros é uma das principais portas para um final que raramente se pode dizer “feliz” e honesto,   parece incrível que o apresentador lance uma campanha  justamente incentivando que as mulheres brasileiras  “se joguem”  para cima dos “gringos”  aproveitando a oportunidade  pelas visitas para a  Copa do Mundo da FIFA ( o mais impressionante é que parece não haver uma assessoria para dar um toque e impedir as besteiras do apresentador…, ou será que as ideias micadas vem justamente dela ? ).

Óbvio que depois da repercussão negativa, as postagens seriam retiradas das redes sociais, mas ai já era tarde…, “caiu na rede, já era”, depois que inventaram o print de tela, mentir ou “desdizer” o que foi postado não é mais possível…

Ficou feio Luciano…, muito feio.  #somostodoscafetões e #NãoMeAjudaLuciano.

 


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Os comedores de banana e o antirracismo imbecil

Primeiro se veste de macaco, depois come banana...

Primeiro se veste de macaco, depois come banana…

Mais perigoso que o racismo declarado, é o metarracismo (racismo cínico travestido de combate ao racismo, mas que tem como objetivo real manter o status quo inalterado).

Porém, pior é quando a inconsciência e ignorância dos que não conhecem ou estudam com maior profundidade a questão racial e do racismo, faz com que se metam a palpitar e até a fomentar atos que reputam como “antiracistas”.

O que na realidade são um tremendo “fora” ou “tiro no pé” que acaba por favorecer os interesses metarracistas ou mesmo os declaradamente racistas.

É exatamente o que está acontecendo agora com essa campanha “viral” iniciada pelo Neymar #somostodosmacacos … .

O simples fato de ter alta adesão de não ativistas e principalmente dos anti-ativistas (vide a turma dos neo-democratas-raciais e anti-cotas, seguidores da lógica “kameliana” e “magnoliana” e dos articulistas da revista Veja e da mídia má) já serve para demonstrar que tem alguma coisa errada com essa campanha.

Qualquer um com algum conhecimento mais aprofundado da temática, sabe que juntar “negros”, macacos e/ou bananas, tem por essência reforçar um dos pilares do racismo, jamais combate-lo… .

Nenhum dos brancos que aparecem com bananas se colocando como “antiracistas” via #somostodosmacacos, foi assim chamado e associado (com ou sem banana) e nunca serão…, e nenhum racista deixará de usar a ofensa tradicional e exclusivamente aplicada a negros por causa disso.

Pobres dos negros inconscientes que embarcarem nessa e registrarem seu momento banana nas redes sociais…, os racistas vão se rasgar de tanto dar risada dos que macacos se assumirem… .

Quanto ao Neymar e outros jogadores negros milionários ou artistas idem, que nem se enxergavam como negros (e de repente se espantaram em receber racismo). Ou se enxergando acreditavam na falácia de que “o preconceito é social não racial”. Sendo totalmente alienados com relação ao racismo e suas reais características, a partir de suas “cercas de jurubeba” (expressão nortista para “blindagem” / isolamento em relação a realidade e grupos de convívio hostis).

Lembram do Ronaldo “fenômeno” ?, que perguntado sobre racismo no futebol europeu, respondeu, – “é terrível mesmo, até EU QUE SOU BRANCO, sofro…”, mais inconsciente que isso tá difícil…. .

Não é de se admirar que enxerguem que a ideia de se vestir de macaco não tenha nenhuma consequência, ou que “comer a banana” e ignorar e “zoar” os racistas a partir de atitudes do tipo tenha alguma efetividade antiracista.

Só tem duas coisas que param um racista consciente, execração pública direta e punição exemplar.

Para os inconscientes talvez ações didáticas sérias que os façam refletir e mudar a mentalidade, mas nenhuma delas está encerrada na baboseira do #somostodosmacacos , a minha hashtag é #NaoSouMacaco.

Tem gente que só deveria jogar futebol ou atuar na sua área profissional pois “calado é artista”, falando ou “agindo” contra o racismo só dá “bola fora”… .

Ah! em tempo, falar o que dê uma pessoa negra destas ??? (o mesmo “amigão” do Neymar que acha legal brincar de macaco… )

Alexandre Pires

Alexandre Pires

Essas pessoas nascidas negras, já optaram há muito por não o serem mais, na verdade a “cor” delas é a do dinheiro… . Se não ajudam, que não atrapalhem. Não são nem devem ser referências negras.


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“Sou feliz sendo prostituta” ????

Mensagem da campanha do Dia Internacional das Prostitutas que não foi aprovada pelo ministério (Foto: Reprodução)

Mensagem da campanha do Dia Internacional
das Prostitutas que não foi aprovada pelo
ministério (Foto: Reprodução)

Que me desculpem algumas feministas equivocadas e inclusive várias guerreiras do movimento de mulheres negras, que estão protestando nas redes sociais pelo cancelamento da campanha “Sou Feliz, sendo prostituta”, feito pelo Ministro da Saúde, campanha essa que foi gestada a partir de reivindicações do movimento da categoria (que aliás me parece salvo engano, ser mais um exercício afirmativo de algumas veteraníssimas profissionais do sexo já em busca de uma necessária aposentadoria, do que uma organização que parta da base majoritária e em idade mais produtiva da mesma).

Que a prostituição é uma das profissões mais antigas do mundo, vá lá…, que cumpra uma importante “função social”, idem,  que muitas mulheres se entreguem e permaneçam nela por livre e espontânea vontade, que seja…, que várias sejam “orgulhosas” (no sentido afirmativo) de sua condição, aceitável, que algumas sejam felizes, bom pra elas…; não sou de me posicionar de forma reacionária e nem moralista, e creio não o estar sendo agora, porém vejo grande diferença entre minorar a vulnerabilidade social desse grupo, incluir  as profissionais voluntárias no guarda-chuvas   das políticas previdenciárias e de saúde, bem como observar que as mesmas devem se encontrar amparadas pelo preconizado na declaração dos Direitos Humanos, e em outra mão criar campanhas estatais que minimamente funcionem como  “propaganda”  de um “modo de vida” que ao contrário do que muitos dizem e muitas “candidatas” pensam, não é nada fácil, muito menos “louvável”.

A prostituição apesar de realidade social, pode até ser abrigada, mas não deve em hipótese alguma ser  incentivada, muito menos pelo poder estatal;  pois é fator e resultado de desestabilização familiar, sócio-econômica, fomenta crimes como o tráfico de pessoas, exploração, prostituição infantil / pedofilia,  e enquanto “negócio”  não raro tem estreita relação com o narcotráfico e submete principalmente mulheres (e nem todas “felizes e  por amor à profissão”, muitas por extrema necessidade ou até mesmo coagidas) a situações  degradantes, entre elas a exposição aumentada às DSTs, problemas de saúde outros, violência e óbvio estigmatização social… .

O conceito da mulher “dona do corpo”  é uma coisa, a apologia a uma praga social que vitima sem que as vítimas muitas vezes se deem conta é outra. Houve tempo (inclusive na história recente da humanidade)  em que a prostituição forçada era usada como recurso de guerra, além de fator de fragilização do oponente, vide o caso das “mulheres de conforto” da Coréia e outros países asiáticos forçadas a se prostituir durante a II grande guerra pelas forças japonesas. Logo, independente de ser voluntária ou forçada, é dever dos governos conduzir ações para a sua redução (ou eliminação no caso da forçada) ou redução dos seus danos, mas nunca de forma a ser confundido com incentivo.

Costumo dizer que preconceito todos nós temos, em variados graus e focos, muitos são completamente infundados ou injustos, principalmente aqueles motivados por questões naturais, inatas ou acidentais como cor, gênero/homossexualidade, deficiências, étnicas, origem regional/nacional, enfim…; o que é um pouco diferente de alguns outros relacionados as “escolhas” completamente pessoais em que as próprias pessoas optam por se colocar em situações estigmatizantes/ estigmatizadas socialmente, quando exercem o seu direito ao diverso, mas devem estar cientes de que seu ato/escolha não será admirado por todos e que muito provavelmente lhe causará discriminações fora do seu “nicho comportamental/ ideológico”  até que individualmente se prove o contrário do senso comum sobre o objeto de discriminação. Ex. um(a) jovem muito competente profissionalmente mas que vai para entrevistas de emprego  com o cabelo pintado de azul, roupas “alternativas” e grande parte do corpo tomado por “arte corporal” …  e muito provavelmente terá ” alguma dificuldade” em se encaixar…, esse tem até o direito de reclamar, mas opção é opção, escolheu…, não nasceu assim nem ficou por conta de alguma fatalidade/ motivo adverso, tem o bônus da auto-satisfação mas também tem o ônus… .

Concordo plenamente com o Ministro Alexandre Padilha,  que disse : “Enquanto eu for ministro, não acho que essa tem que ser uma mensagem passada pelo ministério. Nós teremos mensagens restritas à orientação sobre a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Respeito as entidades e os movimentos que queiram passar essa mensagem, mas é papel deles. O papel do Ministério da Saúde é estimular a prevenção às DST’s”, o Ministro também exonerou toda a equipe responsável pela equivocada campanha.


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VITÓRIA !, Feliciano renuncia à presidência da CDH, “Vaya con Dios !” :-)

CANCELADA TEMPORARIAMENTE A NOTÍCIA, O PASTOR DEP. NÃO RENUNCIOU COMO CIRCULOU EM ALGUNS NOTICIOSOS NO ÚLTIMO DOMINGO, CONTINUA PRESIDENTE DA CDH E PARECE IRREDUTÍVEL, MAS A PRESSÃO AUMENTA E É QUESTÃO APENAS DE TEMPO… , EM BREVE ESPERAMOS QUE O TÍTULO DO POST SE TORNE REALIDADE.