Blog do Juarez

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LAÇOS FORA, O RETORNO

Colagem

Outro dia fiz uma postagem em que manifestei o desconforto com a apropriação das cores e símbolos nacionais pela direita. Deu alguma polêmica pois há quem acredite que as cores e os símbolos devem ser “retomados”, não “entregues de bandeja” para os “nacionalistas reaças”. Eu particularmente sinto e já se começa a perceber, que há um sentimento generalizado e uma movimentação no mesmo sentido, por uma revisão dessa símbologia.

Não é incomum em todo mundo e períodos esse tipo de revisão, nos acostumamos com o verde e amarelo como representativo, com aquela “história mal contada” de verde das matas e amarelo do ouro e riquezas naturais, quando na realidade o verde na bandeira brasileira representou originalmente a casa de Bragança e o amarelo a casa dos Habsburgo, ou seja, a família imperial brasileira. Mais que a própria família imperial, o verde e amarelo representava um projeto aristocrata de nação, quando se fez independente da metrópole portuguesa, sem contundo uma ruptura sequer na monarquia que era a mesma… sem grandes mudanças para o povão, “mudamos” de colônia escravagista de mais de 3 séculos, para império escravagista por mais 67 anos.

Nem a abolição da escravidão nem a República foram suficientes para “refundar” a nação, seguimos mais de 130 anos sob as cores imperiais, mas não apenas sob elas, sobretudo sob um pensamento elitista, excludente e não menos repleto de coloniedades (e não que eu as vezes não me divirta com algumas coisas burguesas/nobiliárquicas).

Não à toa vemos hoje um presidente da República e não sei quantas pessoas sem nenhum “pedigree imperial” cultuado a bandeira imperial, não à toa o amarelo dos Habsburgo, que virou “canarinho” no orgulho nacional do imperialismo futebolístico de outros tempos (e não que não tenhamos mais “imperadores”, “reis” e outros “nababos de chuteiras”) e migrou para representação da paradoxal união da “alta toscolagem” com a”baixa toscolagem”, todos compartilhando o mesmo trevoso fervor e espírito nefasto e com as mesmas cores que um dia acreditamos que eram na verdade nossas, de todos nós, mas de certo não são mais.

Essa invenção chamada Brasil, que boa parte acredita que começou com um tal de Cabral chegando ao que ele inicialmente nominou de “Santa Cruz/Vera Cruz”, que se expandiu sob as cores da coroa portuguesa em seus estados americanos, mas outros acreditam que só passou a existir praticamente com a independência, de um jeito ou de outro teve várias bandeiras e cores ao longo do tempo, porém a ruptura do “laços fora” com o fim do Brasil colônia, não se repetiu com o fim do Brasil império… está aí para todo mundo ver.

Por mais apego e afetividade que tenhamos aos nossos símbolos, parece que chegamos à uma nova bifurcação de nossa estrada nacional, incontornável ao menos a discussão do que fazer com eles. Conforme diria proféticamente Eduardo Cunha no ato que abriu a “Caixa de Pandora” desses novos tempos, “Deus tenha piedade dessa nação”…


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Acho que vou mudar meu nome…


Olha só que interessante…, creio que  já vou começar a escolher um nome legal para acrescentar ao meu 🙂

Lei garantirá inserção de sobrenomes de origens étnicas em seus documentos de identidade

Foi aprovado, pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Projeto de Lei que permite aos afrodescendentes e indígenas a inserção de sobrenomes de origens étnicas em seus documentos de identidade. A proposta por trás da medida é resguardar a identidade cultural e familiar destes grupos que carregam nos nomes valores em torno de sua ancestralidade.

O Projeto aprovado é um substitutivo apresentado pelo deputado Márcio Marinho (PRB-BA) ao Projeto de Lei 803/2011, dos deputados petistas Nelson Pellegrino (BA), Edson Santos (RJ) e Luiz Alberto (BA), que beneficiava apenas os afrodescendentes. “A regra deve também permitir ao índio o acréscimo de nomes de ancestrais, guardando simetria com o tratamento dispensado aos afrodescendentes”, esclareceu Marinho.

O novo texto altera a Lei de Registros Públicos (6.015/73), que possibilita a mudança de nome somente aos maiores de 18 anos. Assim, as crianças nascidas a partir da sanção do projeto já poderão ter, em seus primeiros registros, suas referências étnicas. O substitutivo também destaca que os sobrenomes afrodescendentes ou indígenas serão acrescidos ao nome, uma vez que os apelidos de família não podem ser prejudicados.
Tramitação – Para ser sancionado, o projeto tramita em caráter conclusivo restando ser avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.
Herança étnica – Para Ogan Renato de Xangô, presidente da Casa de Cultura Ilê Asé d’Osoguiã (IAÔ) do estado da Paraíba, a iniciativa é de essencial importância por se tratar da valorização da identidade brasileira. “É um reconhecimento das nossas raízes africanas e uma forma de documentá-las legalmente”, afirma.
A Yalorixá da Casa de Cultura, Mãe Tuca de Oxalá, trata a medida como um avanço da população negra lembrando se tratar de uma reparação à violência sofrida pelos africanos escravizados no Brasil. “Eles perderam o direito a pertencer às suas famílias e até os seus nomes. Eram chamados pelos que lhes eram impostos pelos portugueses e outros colonizadores”, explicou. Para ela, o projeto não apenas resgata a identidade, ele também fortalece a população negra para novas lutas em prol de seus direitos.

Fonte : Fundação Palmares


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Rádio Marinha ???

Pois é, outro dia ao “zapear” o dial do rádio do carro, me deparei com uma rádio que estava tocando uma música interessante, sem prestar  atenção na frequência deixei por lá e qual não foi a surpresa quando na hora em que se falou o indicativo da emissora , ouvi RADIO MARINHA FM… ; pensei comigo ” Uma rádio FM da marinha ? na frequência “aberta” comercial ????, ” obviamente imaginei que uma rádio militar deveria em tese servir para fins corporativos como passar mensagens para militares em postos distantes, executar hinos e principalmente informações de interesse exclusivo do pessoal da força  ou sobre a força (tipo uma “voz do Brasil” que tem os noticiários dos poderes ); ou ainda com uma programação bem ao “estilo” dos marinheiros (pelo menos dos que “conhecemos”) com muito pagode e funk carioca…, mas qual nada, a Rádio Marinha FM,  tirando algumas pequenas inserções sobre atividades civis em unidades da força e obviamente um mínimo de propaganda institucional, é praticamente  uma ” rádio civil  de música ambiente” .

Ouvi a programação em distintos horários, é excelente, um misto de “flashback” com “world music” e música ambiente  de vários estilos, enfim uma programação muito agradável , sem comerciais e livre das “paradas de sucesso do momento”, o que a torna diferenciada e interessante.

Já tem muita gente sintonizada  (principalmente o público automotivo, até minha filha adolescente já conhecia e se diz fã pois ouve sempre no carro da mãe dela…), creio que a frequência deva ser a mesma em todo o Brasil, aqui em Manaus é 99.9 MHZ.

Acho que todo mundo está gostando…, exceto é claro o nosso caríssimo RONALDO TIRADENTES :-), dono da rádio TIRADENTES FM, cujo nicho é exatamente o mesmo da RADIO MARINHA FM…,  pois a lógica do rádio é sustentação por meio da publicidade inserida junto com a programação, só que para isso funcionar bem tem que ter muita audiência, que agora com a nova rádio vai ficar no mínimo muito dividida (com a vantagem para a radio marinha, que não tem nem precisa de anunciantes…).