Blog do Juarez

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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA (de novo)

Hoje no jornal A Crítica saiu notícia sobre uma intolerância religiosa praticada por um padre na zona leste de Manaus, contra 4 integrantes das religiões de matrizes africanas que foram até a igreja pedir uma benção, ato que pessoalmente acho anacrônico, mas faz parte da tradição de iniciação.

Ocorre que a Igreja católica há muito não tem relação de discriminação com as religiões de matrizes africanas, pelo contrário, o respeito e acolhimento mútuo tem sido cada vez maior (até porque a esmagadora maioria dos adeptos das matrizes africanas são batizados e passaram por quase todos sacramentos da igreja católica) na há ou não deveria haver “antagonismo insuperável” entre católicos e afroreligiosos.

No entanto ainda temos sacerdotes e principalmente fiéis que ignoram isso e como de costume as caixas de comentários nos enchem de vergonha pela ignorância e intolerância registradas. Vejam e entendam, os tempos mudaram:


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COLORISMO NO SANTO

Não sei exatamente que treta rolou aqui entre o povo de santo de Manaus, mas vou dizer algumas coisas:

1-  Quem é de santo sabe (ou deveria saber) que TODO MUNDO tem Ori, logo, todo mundo, mesmo que não saiba ou não queira, tem espaço para divindade na sua vida, qual panteão, se vai “dar santo”, se vai cultuar ou não, já é outra história… .

2- A ancestralidade é base nos cultos afro, mas isso não quer dizer que só a ancestralidade familiar de origem afro é que te dá “direito” ao sagrado afro. Estamos falando de espiritualidade, não de genotipia ou fenotipia.

3- Quem manda é o divino, sacerdotes e sacerdotisas apenas fazem a ligação entre as divindades e a humanidade. Se as divindades querem ou aceitam alguém para o seu serviço, ou para atender, a palavra inicial e final é delas.

4- Nossa história diaspórica secular de caldeamento e miscigenação, não permite nem incentiva privilégios ou limitações por cor na nossa organização e práticas. Os cultos são  afro, natural que haja protagonismo afrodescendente, mas não limitado exclusivamente à esse.

5 – Não venham trazer para o que tem tradição, visões confusas e importadas de problematizações neoativistas externas.

No santo o que vale é a hierarquia feita de axé, não a cor de quem tem o axé. Quem tem axé tem,  e é o que importa.


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Ataque orquestrado à matriz africana em Manaus

Obscuros “sites de notícias” de Manaus, daquele tipo que serve para atacar desafetos políticos, reputações e atender interesses igualmente obscuros, aparentemente iniciaram hoje um ataque orquestrado tanto à políticos locais quanto à sacerdotes e as próprias religiões de matrizes africanas via vinculação de satanização.

A qualidade questionável e amadorismo de tais “noticiosos” se percebe em muitos detalhes, que vão desde a ausência de revisão nos textos, passando por linguagem não jornalística, até erros crassos nas matérias e “ameaças” direcionadas.

Os alvos primários do citado ataque parecem ser certos políticos, os secundários as religiões de matrizes africanas, utilizadas de forma distorcida, depreciativa e demonizada nos textos, com a clara finalidade de conferir estigma tanto à uns quanto à outras.

Como manda a praxe metarracista a intolerância não se coloca abertamente, mas através de distorções e referências que levam à uma visualização depreciativa, jocosa ou odienta por parte do leitor.

Tal fato, obviamente não ficará sem resposta devida, tanto no âmbito midiático quanto na esfera judicial. Foi-se o tempo em que a intolerância religiosa, o racismo e outras formas de preconceito e discriminação campeavam livremente sem consequências.